Felizmente há luar!

Ponto de encontro de saberes e dúvidas, local de partilha de informação.


sábado, 29 de maio de 2010

Trabalho de português sobre o “Memorial do Convento” de José Saramago/Personagens, narrador e narratório

PERSONAGENS

No romance, há dois tipos de personagens distintos: as históricas e as ficcionais. Saramago pretende evidenciar dois tipos de vivências humanas: uma, em que os homens se servem dos seus semelhantes para atingir determinados objectivos; outra, em que os homens se servem dos próprios meios para alcançar esses mesmos fins. Tal facto está ao serviço da intenção do autor, que pretende fazer a análise das condições sociais, morais e económicas da corte e do povo. Os dois tipos de personagens, as histórias e as ficcionais – cuja caracterização é predominantemente indirecta e psicológica – convivem em simultâneo, sendo a intenção narrador, ao apresentar duas vivências antagónicas, desmascarar injustiças sociais quase sempre negligenciadas pela História ao longo do tempo.

As personagens históricas pertencem a uma classe social privilegiada (nobreza/clero) que vive a seu belo prazer, menosprezando os interesses do povo:

o D. João V – rei de Portugal. De carácter vaidoso, magnificente e megalómano pretende deixar uma obra que ateste a grandeza da sua riqueza e do seu poder, ainda que para tal se tenha de sacrificar o povo. A caracterização do rei é feita predominantemente através da descrição das suas acções e dos seus pensamentos – de modo indirecto.

o D. Maria Ana Josefa – oriunda da Áustria, a rainha revela-se extremamente devota e submissa, cujo papel se resume basicamente a dar herdeiros ao rei.

o A infanta D. Maria Bárbara – filha primogénita do casal real. Tem cara de lua cheia, é bexigosa e feia, mas boa rapariga. Casa aos 17 anos com o infante D. Fernando de Espanha, pelo que não chega sequer a ver o convento erigido em honra do seu nascimento.

o O infante D. Francisco – irmão de D. João V. é um homem sem escrúpulos que cobiça o trono e a esposa do rei, bem como se entretém a provar a sua boa pontaria de espingarda nos marinheiros que estão nos barcos ancorados no Tejo.

o Domenico Scarlatti – músico italiano. É um homem de completa figura, rosto comprido, boca larga e firme, olhos afastados. Foi contratado para dar lições de música à infanta D. Maria Bárbara. Também ele partilha o segredo da construção da “passarola”, deslocando-se várias vezes à quinta do duque de Aveiro onde toca cravo para gáudio dos presentes.

o João Frederico Ludovice – arquitecto alemão, contratado para construir o convento de Mafra que sabe que uma vida, para ser bem sucedida, haverá de ser conciliadora, sobretudo por quem a viva entre os degraus do altar e os degraus do trono.

o O padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão – Figura que tem fundamento histórico. Imbuído de um espírito aberto e despreconceituoso, movimenta-se na corte e na academia de Coimbra. Acalenta o sonho de um dia voar, daí o seu projecto da “passarola”, apoiado por el-rei D. João V de quem é amigo. Mantém, do mesmo modo, laços de profunda amizade com Baltasar e Blimunda, que o ajudam na construção da “máquina voadora”, e com quem, segundo as suas palavras, forma uma trindade terrestre, o pai, o filho e o espírito Santo. Transtornado com a perseguição da Inquisição, refugia-se em Toledo, onde acaba por falecer.

Na caracterização das personagens pertencentes a este grupo, há, quase sempre, um tom depreciativo e irónico que marca o distanciamento temporal e, sobretudo, afectivo do narrador.

Pelo contrário, a caracterização das personagens ficcionais, a quem o narrador confere maior destaque, reveste-se de um tom francamente positivo e valorativo, tanto mais que pertencem na sua maioria a um grupo social desfavorecido e, muitas vezes, explorado/oprimido pelas classes do poder.

o Baltasar Mateus – de alcunha, o sete-sóis, esteve na guerra de sucessão de Espanha, durante quatro anos, da qual foi dispensado por ter perdido a mão esquerda em combate. De regresso, a Lisboa conhece num, auto-de-fé, Blimunda, a quem se liga amorosa e espiritualmente. A convite do padre Bartolomeu Lourenço, ajuda a construir a “passarola”, sonho que passa também a ser seu. Mais tarde, trabalha nas obras do convento de Mafra, como servente. Após a morte do padre, zela pela preservação da “máquina voadora” e, um dia, por descuido, é levado ao acaso, acabando por ser queimado 9 anos depois num auto-de-fé pela Inquisição. Trata-se de um homem do povo, analfabeto e humilde, que aceita a vida tal como esta se lhe apresenta.

o Blimunda de Jesus – uma mulher do povo, a quem o padre Bartolomeu Lourenço, baptiza de “sete-Luas”. Vive um amor apaixonado, franco e leal com Baltasar. Tem o dom de, em jejum, ver o interior das pessoas e das coisas, o que lhe permite recolher as duas mil “vontades” indispensável para a “passarola” voar. Detentora de grande densidade psicológica e de uma perseverança sem limites, procura “o seu homem” durante nove anos, unindo-se ao mesmo numa comunhão espiritual ao resgatar a sua “vontade” quando finalmente o reencontra num auto-de-fé em que este está a ser queimado no fogo da Inquisição… O nome de Blimunda, estranho e raro tal como a personagem que o veste, teria surgido ao narrador, talvez pela musicalidade que ele encerra ou pela magia das suas três sílabas, símbolo da perfeição. Esta figura representa a força que permite ao povo a sua sobrevivência, assim como contestar o poder e resistir.

o Sebastiana Maria de Jesus – mãe de Blimunda, um quarto de cristã-nova condenada a ser açoitada em público e ao degredo por ter “visões e revelações”.

o Marta Maria – mãe de Baltasar, é quem recebe o “filho pródigo” e Blimunda em sua casa, quando estes vão pela primeira vez juntos a Mafra.

o João Francisco ¬ – pai de Baltasar. Homem do povo cuja subsistência reside na agricultura.

o Inês Antónia – irmã de Baltasar, mãe de dois filhos, que sofre a morte do rapaz mais novo, com pouco mais de dois anos.

o Álvaro Diogo – homem do povo e antigo soldado com quem Baltasar trava amizade ao chegar a Lisboa.

o Os trabalhadores do convento – personagem colectiva, cuja “força bruta” e esforço desmedido são explorados de forma desumana.


O povo em geral – massa anónima tantas vezes subestimada e esquecida pela História – é apresentado como o verdadeiro herói, na medida em que foi à custa do seu sacrifício, e muitas vezes da própria morte, que se tornou possível a edificação do megalómano convento. Saramago sentiu a necessidade de repensar os acontecimentos e as figuras à luz de uma nova realidade criada no presente e que tem implicações na construção de valores sociais futuros.


NARRADOR

Em Memorial do Convento é maioritariamente heterodiegético, quanto à presença, e omnisciente, quanto à ciência/focalização. No que respeita à sua posição profere juízos de valor, opiniões, comentários e divagações pelo que, neste caso, é subjectivo.

Há, no entanto, momentos em que o narrador empresta a sua “voz” a diversas personagens, adoptando deste modo o seu ponto de vista (focalização interna).

O estatuto do narrador assume, por vezes, atitudes aparentemente contraditórias: por um lado, há uma tentativa de aproximação à época retratada não só através da reconstituição do ambiente vivido, mas também do vocabulário usado; e, por outro lado, há um distanciamento do narrador, perceptível no recurso a prolepses, à ironia e a uma actualização ao nível da linguagem. (por exemplo, a narração do cerimonial respeitante aos encontros sexuais entre o rei e a rainha, apesar de retratar o ritual próprio da época, reveste-se de extrema ironia, o que evidencia um narrador distanciado do tempo histórico apresentado.

No que diz respeito a actualizações ao nível do vocabulário, o narrador não só utiliza termos usado num tempo posterior ao da diegese, como os que se prendem com a aviação; mas também procura explicitar conceitos que, na actualidade, sofreram alterações como é o caso da denominação das refeições: passou a manhã, foi a hora de jantar, que é este o nome da refeição do meio-dia, não esqueçamos.

Trata-se, assim, de um narrador que se movimenta entre o passado, o presente e o futuro; detentor de um vasto conhecimento que lhe permite controlar a acção e as personagens.

NARRATÁRIO

O narratário surge no interior da narrativa, como entidade fictícia, a quem o narrador se dirige, explícita ou implicitamente. É, portanto, o destinatário da mensagem do narrador.

Ao longo do romance, há momentos em que transparece a ideia de que o narrador participa na acção, e outros em que o narrador envolve igualmente um tu, através do uso da primeira pessoa do plural que ora assume contornos de um eu nacional e/ou colectivo ora se trata claramente de uma interpelação a um narratário a quem dirige a sua mensagem.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Invasões francesas



Antes de começar a invasão, o príncipe D. João, diz a Napoleão que iria cumprir com o bloqueio continental, declarando guerra á Inglaterra (30 de Outubro), em Novembro ordenou prender os Ingleses que estavam residentes em Portugal.






A mandato do general Jean-Andoche deu entrada das tropas francesas em Espanha (18 de Outubro de 1807), alcançando a fronteira portuguesa em 20 de Dezembro.


As tropas francesas já não tinham resistência militar, por isso foram invadidos por uma coluna de tropas a Abrantes (24 de Dezembro); de tão desgastados que estavam pela marcha que haviam feito, o exército francês teve dificuldade para ultrapassar o rio Zêzere, entrando em Santarém, de onde teve de partir no mesmo dia, com rumo a Lisboa. Um dia antes, a Família Real e a corte portuguesa haviam saído para o Brasil a bordo de uma larga esquadra naval, protegida por naus britânicas, e levando consigo cerca de 15 mil pessoas, deixando o governo do território europeu de Portugal nas mãos de uma regência, com instruções para não "resistir" aos invasores.


Ao chegar a Lisboa, Junot tomou medidas para a instalação das tropas que o precediam.


No dia 2 de Dezembro, o general laborde deu entrada na cidade, com os efectivos reduzidos, com muitos homens montados em burro, ele manter-se de pé. Em três semanas depois de chegar a Lisboa, junot e os seus restantes afectivos e soldados acabaram por invadir Portugal, distribuindo-os ao redor de Lisboa. A divisão espanhola de Solano, saindo de Badajoz, tomara entretanto Elvas e Campo Maior, indo estabelecer o seu quartel-general em Setúbal, ocupando também Alcácer do Sal e, no Algarve, Tavira e Lagos. A divisão de Tarranco, com cerca de 6 mil homens, entrou por Valença e foi garantir a tomada da cidade do Porto, onde já estava o general Juan Carrafa com 4 mil homens, vindos por Tomar e Coimbra. Iniciava-se o período do domínio francês de "El-Rei Junot".






Entretanto, Napoleão envia mais tropas para o norte de Espanha que, sob o pretexto apoiar as tropas de ocupação em Portugal, tomam as cidades de Pamplona, Barcelona, Figueras (Catalunha) e San Sebastian. O marechal Joaquim Murat, cunhado de Napoleão, atravessa então Bidassoa e marcha com 100 mil soldados sobre Madrid. O rei Fernando VII recebe o marechal Murat como aliado, confiando ainda que Napoleão cumprirá o Tratado de Fontainebleau. Em Abril, o rei Fernando VII de Espanha é forçado a abdicar em Baiona e a reconhecer José Bonaparte como rei de Espanha. Além do rei Fernando VII de Espanha, são colocados sob prisão Carlos IV, a rainha, e Manuel de Godoy. Perante a anulação da Casa Real Espanhola, dá-se a ocorrência do levantamento de 2 de Maio da população de Madrid contra os franceses, levando Murat a ordenar o fuzilamento de milhares de espanhóis, que Francisco Goya, em 1814, veio a homenagear no quadro "Os fuzilamentos de 3 de Maio".


O príncipe regente de Portugal, no Brasil, declarava nulos todos os tratados de Portugal com a França, declarando guerra aos franceses e amizade ao seu antigo aliado, a Grã-Bretanha (em 9 de Maio de 1808). A notícia do levantamento do povo espanhol levou o general Solano a retirar com as suas tropas para Espanha. O general Quesnel, um francês que substituíra Tarrancos por morte deste, é preso pelas tropas espanholas de Balestra que, entretanto, recebera também ordem de regressar a Espanha.






Em Portugal, as tropas francesas sob o comando de Junot ficam reduzidas às concentrações numa área em volta de Lisboa, delimitada pelo Atlântico, o rio Tejo, e por uma linha que ia de Peniche até Abrantes. No resto do território, os franceses dispunham de forças em posições fortificadas em Setúbal, Almeida e Elvas. Fora dessa área e dessas localidades, os franceses deslocavam-se ainda com um certo à vontade, provocando baixas às forças portuguesas e às populações que se lhes opunham. A resistência portuguesa crescia porém dia-a-dia. Quando uma força francesa sob o comando do general Loison, sediada em Almeida, tentou marchar sobre o Porto, viu-se cercada por forças de guerrilha de camponeses rudimentarmente armados, mas muito aguerridos. Após três dias de combates, Loison é forçado a retroceder.






No dia 1 de Agosto, as tropas britânicas começaram a desembarcar perto da Figueira da Foz, marchando no dia 10 em direcção a Leiria onde se juntaram às forças portuguesas de Bernardino Freire, comandante do exército português em Montemor-o-Velho. No total seriam cerca de 20 mil homens; 14 mil britânicos e 6 mil portugueses. Do lado francês, havia inicialmente 30 mil homens, mas calculou-se que não haveria agora mais de 12 mil homens nos arredores da capital. Os restantes estariam distribuídos por Tomar, Abrantes, etc., a que havia que descontar o número de baixas provocados pelas guerrilhas populares e pelas deserções. Travaram-se, na sequência, a batalha de Roliça e a batalha do Vimeiro, vencidas pelos aliados Portugal/Reino Unido da Grã-Bretanha forçando à Convenção de Sintra.










A segunda invasão






Enquanto em Portugal se lutava contra a ocupação francesa, Napoleão mantinha no trono espanhol o seu irmão José Bonaparte. Os espanhóis, em revolta contra os usurpadores franceses, obtêm apoio das tropas britânicas estacionadas no norte de Portugal. Sob o comando de John Moore, os Britânicos passam a fronteira no início de 1809, para serem derrotados, na Corunha, pelo Marechal Nicolas Jean de Dieu Soult. Obrigadas a retirar, deixaram a descoberto a fronteira com Portugal, permitindo a Soult invadir o país pela fronteira de Trás-os-Montes e Alto Douro (Chaves) em Março de 1809, vencendo a Batalha do Carvalho d'Este e avançando até à cidade do Porto, que ocuparam a 24 desse mês, fixando fronteira no rio Douro.


A 12 Maio desse mesmo ano, tropas Luso-Britânicas sob o comando do General Arthur Wellesley e do comandante-em-chefe o Marechal William Carr Beresford, atravessaram o Rio Douro e venceram a chamada batalha do Douro, reconquistando a cidade do Porto (29 de Maio) e expulsando o invasor, que se retirou para a Galiza. Seguindo para o sul, as tropas de Wellesley travaram a batalha de Talavera em território espanhol e regressaram a Portugal. Como consequência, as hostes do Marechal Soult não conseguiram atravessar o rio Vouga, perderam a escaramuça de Serém e foram obrigados a retirar-se para o Norte, tendo-se acantonado na cidade do Porto.










A Terceira invasão






Uma terceira invasão francesa do território português teve início em 1810, sob o comando do Marechal André Masséna. Penetrando pela região Nordeste de Portugal, conquistou a Praça-forte de Almeida (Agosto), na fronteira, marchando em seguida sobre Lisboa. Interceptado pelas forças luso-britânicas, foi derrotado na batalha do Buçaco (27 de Setembro). Reagrupando as suas forças, retomou a marcha, flanqueando as tropas luso-britânicas e forçando-as a recuarem para defender a capital. Os franceses atingiram as Linhas de Torres a 14 de Outubro, erguidas na previsão dessa eventualidade e onde as tropas luso-britânicas os aguardavam desde o dia 10, retirando-se, derrotados, ao final do dia seguinte.










Conselho de regência/regência inglesa






Invasões francesas – 1807;


D. João sexto refugia-se no Brasil em 1808;


Exército francês deixa o país em 1810;


Administração do reino entregue a uma tríade: D. João António Meneses e Sousa Coutinho;


D. Miguel pereira forjaz; William Beresford






Contestação popular






Gomes freire acusado de conspiração é condenado à morte;


Advento do liberalismo em 1820






Contexto Histórico


Paralelismo Histórico Tempo da História (século XIX – 1817) - agitação social - regime absolutista e tirânico - classes sociais fortemente hierarquizadas - classes dominantes com medo de perder privilégios - povo oprimido e resignado - a “miséria, o medo e a ignorância” - obscurantismo, mas “felizmente há luar” - luta contra a opressão do regime absolutista - perseguições dos agentes de Beresford - as denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento que, hipócritas e sem escrúpulos, denunciam - censura - severa repressão dos conspiradores - processos sumários e pena de morte - execução do General Gomes Freire:


Tempo da escrita;


Agitação social;


Regime ditatorial de Salazar;


Maior desigualdade entre abastados e pobres;


Povo reprimido e explorado;


Miséria medo e analfabetismo;


Perseguições da PIDE;


Denuncias dos chamados “bufos”, que surgem na sombra e se disfarçam, para colher informações e denunciar;


Censura a empresa;


Prisão e duras medidas de repressão;


Condenação em processos sem provas;


Assassinato do general Humberto Delgado.










William Carr Beresford


Nasce a 2 de Outubro de 1768 e acaba por falecer a 8 de Janeiro de 1854 em Bedgebury (Inglaterra); no dia 7 de Março de 1809, Beresford é nomeado generalismo do exército português, entrando imediatamente em funções e instalando-se com o seu Estado-Maior no palacete do Calhariz, de onde saíram todas as ordens que contribuíram para organizar o desmantelado exército.


Filho ilegítimo do Conde de Tyrone, futuro Marquês de Waterford, frequentou a academia militar de Estrasburgo e em Agosto de 1785 foi aceite como cadete no 6º Regimento de Infantaria. Em 1793 era capitão, servindo com a Frota britânica do Mediterrâneo, tendo-se notabilizado na ocupação da Córsega. Em 1794 era tenente-coronel, servindo na Índia a partir de 1799. Em 1801 participou na campanha do Egipto, comandando o seu regimento que pertencia ao contingente enviado da Índia.






Em 1806, participou, com o posto de Brigadeiro, na captura do Cabo da Boa Esperança, colónia holandesa, e mais tarde, ocupou a cidade de Buenos Aires (27 de Julho). O levantamento da população da colónia espanhola em Agosto obrigou-o à capitulação, tendo sido feito prisioneiro. Após seis meses mais tarde consegue fugir, regressando a Inglaterra. Em finais de 1807, devido à invasão de Portugal pelo exército de Junot, ocupou a ilha da Madeira, sendo promovido a Major-General em Abril de 1808. Foi transferido para o exército que desembarcou em Portugal em Agosto desse ano, chegando a Lisboa, já liberta da ocupação francesa, em Setembro. Mais tarde, comandou uma Brigada do Exército britânico que, sob o comando de John Moore, foi enviado para Espanha, tendo participado na Batalha da Corunha.


Escolhido pelo governo britânico, de acordo com o parecer do general Wellesley, para comandar o Exército português, foi-lhe atribuído o posto de Marechal do Exército. A sua missão, ao contrário do que se afirma, não foi tanto a de reorganizar o exército, mas sim a de compatibilizar a organização e a táctica existentes no exército português com a britânica, permitindo uma actuação conjunta no campo de batalha. É mais tarde que os seus poderes serão alargados, por meio da Carta Régia, que lhe permitirá propor mudanças na estrutura do exército, assim como das Milícias e das Ordenanças, sem que estas tenham de passar pelo Conselho de Regência, e pelo crivo de D. Miguel Pereira Forjaz.


General com poucas qualidades para o comando em campanha, as suas falhas neste aspecto são conhecidas, sobretudo o seu incompetente posicionamento das forças aliadas na preparação da Batalha de Albuera em 1811; batalha que ganhou devido à iniciativa individual dos seus subordinados. Mas já durante a campanha de 1809 contra Soult tinha mostrado dificuldade em tirar partido de uma situação favorável, ao não apoiar convenientemente o general Silveira, na luta que este travava contra o exército de Soult em retirada. Depois de Albuera, nunca mais terá um comando independente, só voltando a dirigir tropas em 1814, durante a invasão do sul de França, mas sempre sob o comando directo e preocupado de Wellington.


Com o fim da guerra em 1814 mantêm-se no comando do Exército português. Devido ao regresso de Napoleão a França em 1815, tenta organizar uma força expedicionária para se reunir ao exército britânico nos Países Baixos, que se preparava para invadir a França, não conseguindo os seus intentos devido à oposição da Regência. Viaja para o Brasil onde consegue do Rei poderes mais alargados, sendo feito Marechal-General, o título usado anteriormente pelo Barão Conde, pelo Conde de Lippe, pelo Duque de Lafões e pelo Duque de Wellington. Devido à Revolução de 1820, é demitido das suas funções, não lhe sendo permitido desembarcar em Portugal, quando chegou a Lisboa em Outubro vindo do Brasil.


Acaba por regressar a Portugal em 1826, mas pretensão de voltar ao comando do Exército não foi aceite.










Gomes Freire de Andrade






Gomes freire de Andrade nasceu a 27 de Janeiro de 1757,em Viena – e falece a 18 de Outubro de 1817, em Forte de São Julião da Barra (foi um general português);


Era filho de António Ambrósio Freire de Andrade e Castro, embaixador de Portugal na corte austríaca, e da condessa von Schaffgotsch, vinda de uma antiga e ilustre família nobre da Boêmia.


Teve uma educação que se costumava dar aos filhos da nobreza. O seu pai foi um óptimo colaborador do marquês de pombal na campanha contra a companhia de Jesus, sendo o filho Gomes Freire enviado para Portugal com 24 anos de idade, em Fevereiro de 1781, já tinha o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo, nesta altura já ele estava destinado à carreira militar, assentou a praça de cadete no regime de Peniche, sendo em 1782 promovido a alferes. Passou a Armada Real, embarcando em 1784 na esquadra que foi auxiliar as forças navais espanholas de Carlos terceiro no bombardeamento de Argel.


Regressou a Lisboa em Setembro, promovido a tenente do mar da Armada Real, volta ao antigo regime no posto sargento-mor em Abril de 1788 – conseguiu licença para puder servir no exército de Catarina segunda, estando m guerra com a Turquia parte então para a Rússia. Na campanha de 1788-1789, que é comandada pelo príncipe Potemkin, distinguiu-se nas planícies do rio Danúbio, na Guerra da Criméia e sobretudo no cerco de Oczakow, alegamento foi primeiro a entrar na frente do regimento quando a praça se rendeu em 17 de Outubro de 1788 depois de o cerco ter-se prolongado. Depois, na esquadra do príncipe de Nassau, salva-se milagrosamente durante a batalha naval; perdeu-se toda a tripulação, mas Gomes Freire conseguiu escapar-se são e salvo.






Regressa a Lisboa e é nomeado Coronel do regime do marquês das minas quase de partida para Catalunha, na divisão que Portugal enviava auxiliar a Espanha contra a República francesa e a que chegou em 11 de Novembro de 1793.


Mas apesar das vitórias do exército hispano-português sobre os republicanos da convenção, a guerra do roussillon ia-se tornar armadilha, os espanhóis tinham 18 mil feridos em hospitais e os portugueses mil homens fora de combate, enquanto os franceses recebiam constantes reforços. Em 29 de Abril de 1794 o general Dugommier atacou a esquadra do exército espanhol, composta de corpos da divisão portuguesa, que sustentou o fogo do romper da manhã às 14h, salvando o exército espanhol.






De regresso a Portugal, veio a integrar a “Legião Portuguesa” criada por Junot e que, sob o comando do marquês de Alorna, partiu para França em Abril de 1808, onde vem a ser recebida por Napoleão Bonaparte no dia 1 de Junho. E participou na campanha da Rússia.










António de Oliveira Salazar






António de Oliveira Salazar nasceu a 28 de Abril em 1889, no vimieiro, conselho de santa Comba Dão e acaba por falecer em 27 de Julho de 1970,tendo sido enterrado no cemitério da sua terra natal. Descendente de uma família de pequenos proprietários agrícolas – filho de António Salazar Oliveira e Maria do Resgate, trabalhadores rurais.


A sua educação foi fortemente marcada pelo catolicismo, e chegou a frequentar um seminário. Mais tarde estudou na Universidade de Coimbra, onde tornou-se docente de Economia política. Durante a 1ª República, Salazar começou a sua carreira política como deputado católico para o parlamento Republicano em 1921.


Já em plena ditadura militar, Salazar foi nomeado para Ministro das finanças, cargo que foi exercido apenas por quatro dias, devido a não lhe terem sido delegados todos os poderes que exigia. Quando Óscar Carmona chegou a presidente da República, Salazar regressou a pasta das finanças, com todas as condições exigidas.


O sucesso obtido na pasta das finanças tornou-o, em 1932, chefe de governo. Em 1933, com a aprovação da nova constituição, formou-se o Estado Novo, um regime autoritário semelhante ao fascismo de Benito Mussolini.


O declínio do império salazarista acelerou-se a partir de 1961, a par do surto de emigração e de um crescimento capitalista de difícil controlo. É afastado do governo em 1968 por motivo de doença, sendo substituído por Marcello Caetano. Acaba por falecer em Lisboa, a 27 de Julho de 1970.










Luís de Sttau Monteiro






Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro Nasceu no dia 03/04/1926 em Lisboa e faleceu no dia 23/07/1993 na mesma cidade (foi um escritor português). Com dez anos de idade partiu para Londres com o pai, que exercia as funções de embaixador de Portugal. Regressou a Portugal em 1943, quando o pai é demitido do cargo por Salazar. Licenciou-se em Direito, que exerceu por um curto período de tempo, dedicando-se depois ao jornalismo. A sua estadia em Inglaterra, durante a juventude, pô-lo em contacto com alguns movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica. Na sua obra narrativa retrata ironicamente certos estratos da burguesia lisboeta e aspectos da sociedade portuguesa sua contemporânea.


Foi preso em 1967 pela PIDE após a publicação das peças de teatro A Guerra Santa e A Estátua, sátiras que criticavam a ditadura e a guerra colonial. Adaptou ao teatro o romance, de Eça de Queirós, A Relíquia. Escreveu o romance inédito Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão, adaptada como novela televisiva em 1982 com o título Chuva na Areia. Obras: Ficção: Um Homem não Chora (romance, 1960), Angústia para o Jantar (romance, 1961), E se for Rapariga Chama-se Custódia (novela, 1966). Teatro: Felizmente Há Luar (1961), Todos os Anos, pela Primavera (1963), Auto da Barca do Motor fora da Borda (1966), A Guerra Santa (1967), A Estátua (1967), As Mãos de Abraão Zacut (1968).

sábado, 8 de maio de 2010

Felizmente Há Luar!

A peça Felizmente Há Luar! representada pela primeira vez em 1969, em Paris, só chegaria aos palcos portugueses em 1978, no Teatro Nacional, encenada pelo próprio autor. Sttau Monteiro ao recorrer da caracterização e linguagem das personagens, às notas à margem do texto e aos elementos de luz e de som, pretende que o leitor/espectador, pela análise crítica da sociedade do século XIX, reflectisse sobre a situação política e social do Estado Novo no século XX. Interpretando as condições históricas que anos mais tarde contribuiriam para a "Revolução dos Cravos", a 25 de Abril de 1974. A agitação e a conspiração de 1817, em vez de desaparecerem com medo dos opressores, permitiram o triunfo do liberalismo em 1834, após uma guerra civil. Também as revoltas e oposição ao regime nos anos 60, de que foi exemplo a candidatura do General Humberto Delgado (em 1958), o assalto ao "Santa Maria" e a Revolta de Beja (1961), em vez de serem uma cedência perante a ameaça e a mordaça, fortaleceram a resistência que levou à implantação da democracia.
Para além da biografia de Luís Sttau Monteiro é útil termos presente assuntos que servem de base ao momento de reflexão que o autor pretende originar. Assim, este blog propõe ser mais uma ferramenta que contenha informação útil sobre temáticas importantes que a peça Felizmente Há Luar! aborda.
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Luís de Sttau Monteiro
Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro, nasceu em Lisboa, a 3 de Abril de 1926 a 23 de Julho de 1993, foi um escritor português.
Partiu para Londres com dez anos de idade, juntamente com o seu pai que exercia as funções de embaixador de Portugal. Regressou a Portugal em 1943, momento em que seu pai foi demitido do seu cargo por Salazar.
Luís Monteiro licenciou-se em Direito, mas exerceu por pouco tempo, dedicando-se ao jornalismo. Na sua juventude esteve em Inglaterra, onde teve contacto com alguns movimentos de vanguarda da literatura anglo-LuisSttauMonteiro_e1saxónica.
Em 1960, estreou-se com “Um Homem não chora”, em 1961 apresentou “Angústia para o jantar”, obra que revela alguma influência de escritores ingleses e em 1966, apresentou “E se for rapariga chama-se Custódia”. Mas foi como dramaturgo que se consagrou, com a obra “Felizmente há Luar”, em 1961. Foi uma peça que sob a influência do teatro de Brecht e recuperando acontecimentos da anterior história portuguesa, procurava fazer uma denúncia da situação sua contemporânea. Esta peça foi distinguida com o Grande Prémio de Teatro, tendo sido proibida pela censura a sua representação. Mas 1978 voltou a ser representada, no Teatro Nacional.
Luís Monteiro, em 1967, foi presa pela PIDE, após a publicação das peças de teatro “A Guerra Santa” e “A Estátua”, sátiras que criticavam a ditadura e a guerra colonial. Em 1971, com Artur Ramos, adaptou ao teatro o romance de Eça de Queirós, “A Relíquia”, representada no Teatro Maria Matos. Escreveu o romance inédito “Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão, adaptada como novela televisiva em 1982, com o titulo “Chuva na Areia”.


Invasões Francesas
Nos primeiros anos do século XIX, grande parte da Europa estava sob o domínio de Napoleão Bonaparte, que se tinha tornado Imperador Francês, em 1804.
O único obstáculo à consolidação de seu Império na Europa era a Inglaterra, que, favorecida por sua posição geográfica, por seu poderio económico e por sua hegemonia naval, não conseguiria conquistar.
Para tentar enfraquecer a economia inglesa, Napoleão decretou o encerramento dos portos de todos os países europeus ao comércio inglês.
O decreto, datado de 21 de Novembro de 1806, dependia, para sua real eficácia, de que todos os países da Europa aderissem à ideia e, para isso, era essencial a adesão dos portos localizados nos extremos do Continente, ou seja, os do Império Russo e os da Península Ibérica, especialmente os de Portugal.
Contudo era difícil a Portugal tomar uma posição, não só contra um velho aliado, mas porque uma numerosa colónia inglesa contribuía para o desenvolvimento económico do país. Napoleão vendo que Portugal não se decidia, resolve concertar com a Espanha um plano de invasão a Portugal, e negociando com Godoy, aparece o célebre Tratado de Fontainebleau, pelo qual se partilhava o reino português entre a França e a Espanha, uma vez conquistado.
Desta forma surgem três invasões:

- Primeira Invasão Francesa
Em Novembro de 1807, o general Junot entrava em Lisboa, e após os infortúnios que passaram durante a viagem, deparou com uma regência assegurada por cinco pessoas presidida pelo marquês de Abrantes. A regência foi automaticamente dissolvida. O país passou então a ser governado como um território conquistado, e foi assolado por actos de violência e roubos perpetrados pelos cerca de 50 mil soldados franceses e espanhóis espalhados pelo país.
O exército nacional foi reconvertido numa espécie de legião lusitana ao serviço do exército francês, a qual, sempre que solicitada, seguia para lutar em vários pontos da Europa.
A resistência do povo português contra o invasor não se fez esperar. Em Junho de 1808, no Norte do país foi aclamado o príncipe regente e foi estabelecida uma Junta Provisória, comandada pelo bispo do Porto. No resto do país multiplicavam-se os actos rebeldes, sobretudo a partir do momento em que as tropas espanholas se retiraram, na sequência de insurreições contra os franceses em Espanha.
Os ingleses foram estimulados por este movimento popular e, chefiados por sir Arthur Wellesley, o futuro Lord Wellington, chegaram ao nosso país em Junho desse ano. Mais tarde, o contingente inglês foi engrossado com o envio de mais tropas que, aliadas às portuguesas, derrotaram os franceses na Estremadura, nas batalhas da Roliça e do Vimeiro. Face a estas derrotas, o general francês foi forçado a pedir um armistício e em Setembro os exércitos de Junot partiam para França.
A regência assumiu de novo o governo da nação agora sob o comando do marquês das Minas. A primeira preocupação deste governo, após a restauração da ordem, foi a preparação para um muito provável novo ataque francês. A resistência foi liderada pelo general inglês William Beresford, nomeado depois marechal. Este tomou o poder do país, que exerceu quase até 1820.

- Segunda Invasão Francesa
Em Fevereiro de 1809 o marechal Soult, duque da Dalmácia, deu início à segunda invasão francesa.
A entrada das tropas francesas deu-se por Trás-os-Montes, o que permitiu a conquista da Região Norte do país até à fronteira do Douro e satisfazer o sonho de Soult de governar a Lusitânia setentrional, uma das regiões negociadas no acordo de Fontainebleau, antes de Portugal ser invadido pelas tropas napoleónicas e espanholas. Este sonho do general Soult, a par do megalómano sonho de Napoleão de reconstruir um império, durou pouco tempo. Rapidamente as forças anglo-portuguesas combinaram esforços e conseguiram empurrar, de novo, o Exército francês para Espanha, em Maio de 1809. Nesta invasão, ficou tristemente célebre o episódio da "ponte das barcas", um desastre que provocou um grande número de mortos entre as populações, que, aterrorizadas pela chegada do invasor, procuraram refúgio na cidade do Porto, atravessando a velha ponte das barcas, que não suportou o peso de tanta gente.

- Terceira Invasão Francesa
Lord Wellington preparou novamente a defesa portuguesa, desta feita de Lisboa, contra um terceiro ataque francês, que se previa para o Outono de 1809. A capital do reino foi protegida por três linhas fortificadas, sendo a linha defensiva mais imponente a de Torres Vedras, a cerca de 40 km. Trata-se das célebres "linhas de Torres" (fortificações planeadas pelo major José Maria das Neves Costa), que permaneceram na toponímia da região. Este plano defensivo tornava quase impossível a entrada em Lisboa. De facto, quando o exército francês, comandado pelo prestigiado marechal Masséna e onde se destacava também o general Ney, entrou em Portugal, em Junho de 1810, naquela que seria a última invasão francesa, foi travado em Torres Novas, logo depois de ter sido vencido no Buçaco. Durante cinco meses, os dois exércitos mediram as suas forças; o exército francês esperava pelo envio de reforços, enquanto que o exército britânico contava com a exaustão dos franceses.
Em Março de 1811 os franceses não esperaram mais pelo reforço e deram início à sua retirada de Portugal. Beresford, o marechal inglês, derrotou-os mais uma vez em Redinha. A fronteira foi passada em Outubro; em Espanha os franceses foram empurrados para Toulouse pela pressão do exército britânico, que contava com o auxílio de soldados portugueses e espanhóis.
A independência de Portugal foi retomada entre 1814 e 1815, pelo Congresso de Viena, que decidiu igualmente restituir Olivença a Portugal, determinação que todavia nunca foi cumprida por Madrid.

Regência Inglesa (1807—1820)
Depois da invasão sem oposição de Junot, general de Napoleão, a família real portuguesa, a corte e as mais altas magistraturas e funcionários superiores da nação abandonam o País em direcção ao Brasil, onde se fixam ao todo mais de 10 000 pessoas. O País fica desprovido dos quadros do seu aparelho administrativo. Em 1808, dá-se o desembarque inglês na Figueira e consequente expulsão dos franceses. Mas não é só aqui que nasce a dominação inglesa: os navios que levaram a comitiva real para o Brasil eram ingleses. Em 1808, com a chegada dos ingleses na Figueira os franceses são expulsos. Com isso e o transporte da comitiva Real para o Brasil nasce a dominação inglesa.
O Tratado de Amizade e Aliança e um outro, de Navegação e Comércio, serão assinados em 1810 no Rio de Janeiro. Protegia-se a família real e a Casa de Bragança, consagrava-se a reciprocidade mas também se estendiam os privilégios comerciais ingleses, não só ao Brasil, mas a todas as colónias lusas. Nas invasões de 1809 e 1810, os ingleses mantêm-se no nosso país, organizando a defesa militar com brilho mas cometendo já abusos de autoridade e arbitrariedades inqualificáveis. A situação do País depois das invasões francesas era deplorável, com miséria, devastação, abandono dos campos, mutilados, 10 000 mortos, famílias desfeitas, o tecido produtivo destruído, apenas o vinho do Porto, monopólio inglês, conhecia progressos.
Sem qualquer tipo de opinião ou autoridade das chefias portuguesas, completamente dominadas pelos militares ingleses, instalados nos mais altos cargos - para além do controlo económico do País - desde 1809, quando o comando do exército português (única força real do País) é atribuído, com plenos poderes, ao general Beresford (eleito depois marechal), coadjuvado por compatriotas. Gozava, por isso, de poderes semelhantes aos de um vice-rei, quase soberanos e de direcção absoluta. Impunha medidas repressivas até, não poupando os quadros superiores do exército nacional, ao ponto de ter ordenado a execução, em 1817, do general Gomes Freire de Andrade, ilustre figura portuguesa, e de outros sob a acusação de franco-maçonaria e tentativa de conspiração, num clima anti-liberal. O ódio aos ingleses crescia, aliás como a miséria e a sensação de abandono da população. O País encontrava-se em estado de mobilização permanente, absorvendo o exército quase todas as receitas públicas, substituindo os órgãos centrais de poder ausentes.
Apesar da decadência de Portugal em 1820 os poderes de Beresford são ampliados quando visita a família real no Rio, até que, em 24 de Agosto do mesmo ano, uma sublevação militar iniciada no Porto, apoiada pelo Sinédrio e implantada no País, não deixa o regente militar inglês desembarcar em Portugal, obrigando-o a rumar a Inglaterra. Instaura-se o liberalismo em Portugal, fazendo-se entretanto regressar a família real. O domínio inglês do País terminou, nos moldes em que se vinha verificando, apesar de economicamente continuar enraizado.




William Carr Beresford
William Carr Beresford nasceu em 1768, na Irlanda e faleceu a 8 de Janeiro de 1854. Foi um militar britânico. Frequentou a academia militar de Estrasburgo.William_Carr_Beresford
Em Agosto de 1785 foi aceite como cadete no 6º Regimento de Infantaria. Em 1793 foi capitão, serviu a frota britânica do Mediterrâneo, tendo-se mobilizado na ocupação da Córsega. Foi tenente – coronel na Índia, coronel do 88º Regimento no Egipto, em 1801, brigadeiro no Cabo da Boa Esperança e ocupou, em 1807, Buenos Aires, onde foi preso. Em Dezembro de 1807, comandou a ocupação da Madeira, tendo sido promovido a Major – General, em 1808.
Em Portugal, recebeu o título de Campo Maior, em 1812 e Conde de Trancoso, e Viscoso de Beresford na Grã – Bretanha.
Beresford era de grande estatura, a sua presença era realçada por um rosto irregular e aparência sinistra, porque tinha o olho esquerdo derramado por um tiro.
Foi nomeado Marechal do Exercito, em Março de 1809, pelo conselho de regência, Beresford aproveitou a reorganização das forças militares criada por D. Miguel Pereira Forjaz, para a adaptar ao serviço de campanha do exército britânico.
Encontrou o exército diminuído pela ausência dos comandos no Brasil e na Legião Portuguesa e pela velhice de muitos oficiais, então recorreu à atribuição de comandos a oficiais britânicos, tendo poderes para nomear e demitir os sujeitos. Criou também os depósitos de recrutamento em Peniche, Mafra e Salvaterra, dirigiu à distribuição das novas armas e equipamentos, introduziu Ordens do Dia para informar o exército e apurar a disciplina.
Foi um activo administrador. Era muito bravo, destacando-se em Albuera onde teve de combater com um armeiro polaco sendo depois ajudado por um cavaleiro português. Em Salamanca comandou pessoalmente o ataque da 3ª Brigada portuguesa que imobilizou o contra-ataque francês, ficando gravemente ferido.
Em 1815, era elogiado pela população, que o reconhecia como o artífice da vitória, mas a sua carreira, após o fim da guerra, apagou.
Em 1817, após a execução de Gomes Freire de Andrade, deslocou-se ao Brasil para pedir poderes ainda maiores do que tinha. Havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo supremo mas a Regência ordenou na mesma a execução e reduziu-lhe as funções ao administrativo.
A 2 de Maio de 1820 o marechal partiu, trataram os governadores do reino de estabelecer o mais cauteloso sistema de repressão. Portugal fechou ao mundo, e deixou-se a Regência ficar desaparecida dos riscos que sobrevinham. No Porto levantaram-se contra a Regência e ali se fundara o Sinédrio (é o nome dado à assembleia de 23 juízes que a Lei judaica ordena existir em cada cidade), onde Fernandez Tomaz e Silva Carvalho reuniram ao redor de si outros chefes. E pela madrugada de 24 de Agosto deu-se a revolução.
A 10 de Outubro, Beresford regressou a Lisboa, mas foi impedido de desembarcar e assim regressou à Grã – Bretanha. Mas ainda esteve em Portugal em 1823, procurando abater D. João VI às tentativas absolutistas de D. Miguel. Em 1826, regressou a Portugal, com a intenção de regressar ao comando do exército, mas não foi aceite. Entre 1828 a 1830, foi membro do primeiro governo de Wellington, com o título de Master General of Ordnance, equivalente ao posto de militar de Director do Arsenal.
Beresford contribuiu para as obras Strictures on Napier’s History e Further Strictures, escritas por Benjamin D'Urban, refutações da História da Guerra Peninsular de William Napier, que confirmam o respeito pelo exército português, que comandou durante onze anos.


Gomes Freire de Andrade
Gomes Freire de Andrade foi um general português. Nascido em Viena, a 27 de Janeiro de 1957 e faleceu a 18 de Outubro de 1817, em Forte de São Julião da Barra. Filho de António Ambrósio Freire de Andrade e Castro, embaixador de Portugal na corte austríaca e da condessa Von Schaffgotsch.Gomes_Freire_Andrade
Gomes Freire foi enviado para Portugal, em Fevereiro de 1781, com um grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Ficou destinado à carreira militar, assentou praça de cadete no regimento de Peniche, sendo promovido a alferes, em 1782. Passou à Armada Real, embarcando em 1784 na enquadra que foi auxiliar as forças navais espanholas de Carlos III no bombardeamento de Argel. No mesmo ano foi promovido a tenente do mar da Armada Real, e em 1788 voltou ao antigo regimento no posto de sargento-mor. Tendo alcançado licença para servir no exército de Catarina II, em guerra contra a Turquia, partiu para a Rússia. Em São Petersburgo terá conquistado as maiores simpatias na corte e da própria imperatriz.
Gomes de Andrade, entre 1788 e 1789 ter-se-á distinguido nas planícies do rio Danúbio, na Guerra da Criméia, foi alegadamente o primeiro a entrar na frente do regimento quando a praça se rendeu em 17 de Outubro de 1788 depois do cerco prolongado. Nas condecorações esqueceram-se dele, negando-lhe a Comenda de S. Jorge. Mas este protesta e pediu atestados de heroísmo e a imperatriz acede atribuindo-lhe o posto de coronel do seu exército, que em 1790 lhe foi confirmado no exército português.
Mais tarde a sua tripulação foi atingida por canhões suecos, perdeu-se tudo, Gomes Freire conseguiu-se salvar e acabou por receber o hábito de São Jorge, uma das Ordens mais importantes da Rússia.
Quando voltou a Lisboa foi nomeado coronel do regimento do marquês das Minas. Embarcou na divisão que Portugal enviava para auxiliar Espanha contra a República francesa. O Regimento de Andrade e o de Cascais ocuparam a povoação de Rebós, correndo ás trincheiras onde o exercito espanhol estava a ponto de desistir. A acção do Regimento foi brilhante, mas o desempenho de Gomes Freire foi mau, carregando os franceses com coragem em combate a 26 de Setembro de 1793.
Regressou a Portugal e integrou a “Legião Portuguesa” criado por Junot e que, sobe o comando do marquês de Alorna, partiu para França em Abril de 1808,onde vem a ser recebido por Napoleão Bonaparte no dia 1 de Junho.
Portugal libertou-se da ocupação das tropas francesas, e após a derrota de Napoleão, Andrade volta a Portugal, e vem a ser Grão-mestre da Maçoaria. E é acusado de conspiração contra a monarquia de Dom João VI, em Portugal representada pela Regência, então sob o governo militar britânico do marechal William Carr Beresford. Gomes Freire de Andrade foi detido e enforcado por crime de traição à pátria junto com outras onze pessoas.
Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro, nasceu em Lisboa, a 3 de Abril de 1926 a 23 de Julho de 1993, foi um escritor português.
Partiu para Londres com dez anos de idade, juntamente com o seu pai que exercia as funções de embaixador de Portugal. Regressou a Portugal em 1943, momento em que seu pai foi demitido do seu cargo por Salazar.
Luís Monteiro licenciou-se em Direito, mas exerceu por pouco tempo, dedicando-se ao jornalismo. Na sua juventude esteve em Inglaterra, onde teve contacto com alguns movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica.
Em 1960, estreou-se com “Um Homem não chora”, em 1961 apresentou “Angústia para o jantar”, obra que revela alguma influência de escritores ingleses e em 1966, apresentou “E se for rapariga chama-se Custódia”. Mas foi como dramaturgo que se consagrou, com a obra “Felizmente há Luar”, em 1961. Foi uma peça que sob a influência do teatro de Brecht e recuperando acontecimentos da anterior história portuguesa, procurava fazer uma denúncia da situação sua contemporânea. Esta peça foi distinguida com o Grande Prémio de Teatro, tendo sido proibida pela censura a sua representação. Mas 1978 voltou a ser representada, no Teatro Nacional.
Luís Monteiro, em 1967, foi preso pela PIDE, após a publicação das peças de teatro “A Guerra Santa” e “A Estátua”, sátiras que criticavam a ditadura e a guerra colonial. Em 1971, com Artur Ramos, adaptou ao teatro o romance de Eça de Queirós, “A Relíquia”, representada no Teatro Maria Matos. Escreveu o romance inédito “Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão, adaptada como novela televisiva em 1982, com o titulo “Chuva na Areia”.

António de Oliveira Salazar
António de Oliveira Salazar figura que marcou intensamente a História de Portugal durante grande parte do século XX nasceu a 28 de Abril de 1889 no Vimieiro, uma freguesia de Santa Comba Dão do distrito de Viseu. Era o filho varão de uma pequena família de proprietários agrícolas e o único rapaz entre quatro irmãs.
À imagem do Portugal rural do seu tempo, foi educado num meio católico muito marcado, manifestando-se ao frequentar o seminário de Viseu e numa profunda devoção religiosa que iria marcar toda a sua governação.
Após a conclusão dos estudos em Viseu, o jovem Salazar em 1910 muda-se para estudar Direito, na Universidade de Coimbra. É nesta fase que ganha alguma notoriedade através do Centro Académico de Democracia Cristã e conhece Manuel Gonçalves Cerejeira que viria a ser Cardeal Patriarca de Lisboa e um grande amigo de Salazar.
Em 1917 aceita a regência da cadeira de Economia Política e Finanças e os seus ideais políticos depressa se fizeram conhecer.salazar1
A Primeira República atravessava dificuldades e Salazar admitia que o problema português resultava da carência de três elementos: competência, valores e direcção. O seu nome, depois da 1ª Guerra Mundial, tornou-se conhecido, tanto pela sua competência como professor, como pelas suas opiniões sobre a necessidade de habilitação de quadros administrativos, fortalecendo e qualificando o Estado, sem prejudicar a sua dependência pela moral e pela lei. Quando a 28 de Maio de 1926 se deu a revolta que instaurou a Ditadura Militar, Salazar foi chamado para encabeçar a pasta das Finanças. Impôs, então, que se instala-se como que uma “ditadura” do Ministério das Finanças sobre as despesas do Estado, colocando em cheque os seus movimentos. Quando mais tarde um novo governo, tutelado por Vicente de Freitas, se constituiu, Salazar assumiu de novo a pasta das Finanças. As suas exigências eram radicais: cada ministério organizava os seus serviços dentro das verbas que o ministério das Finanças lhe atribuía. Para Oliveira Salazar, os problemas do País eram, numa ordem orientada, o financeiro, o económico, o social e o político. Desta forma o equilíbrio financeiro aumentaria a estabilidade da moeda, estimularia a produção, criando, então, condições para a resolução das questões sociais e políticas.
Depressa as suas medidas se revelariam eficazes. Estabilizado o orçamento, reduzida a dívida pública, refeito o sistema tributário, reformadas as pautas e reorganizado o crédito, ficou ainda, o problema político.
Como solução em 1930, enunciava os princípios fundamentais da reforma política e a nova constituição corporativa, colocando de parte o individualismo, o socialismo e o parlamentarismo. Colocava em destaque a doutrina social da Igreja, a importância do poder executivo e a concepção de um Estado forte, embora subordinado à moral e ao direito. Foi à volta destes ideais que formou a União Nacional.
Defensor do corporativismo, da autoridade suprema do Estado, da tradição e dos bons costumes, recusa, por sua vez, o socialismo, o parlamentarismo, a democracia, considerando que os valores e os ideais de cada indivíduo são um obstáculo para o progresso do país. Determinado apressa-se a criar a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), regulamenta o exercício da liberdade de associação e manifestação, reorganiza a censura e lança um grande e definitivo ataque à liberdade sindical.
A nível nacional, mantinha-se à sua volta, uma oposição intransigente republicana democrática, socialista, comunista, sindicalista; a nível internacional, situações contraditórias aconteciam como a subida de Hitler ao poder e a eleição de Roosevelt, originando um tempo de receio de mudanças políticas. Foi esta situação que aumentou o número de apoiantes e diminuiu a força dos seus opositores: Salazar torna-se Presidente do Conselho em 1932, equivalente aos dias de hoje a Primeiro-Ministro, aprovando a Constituição de 1933, logo seguido do Estatuto do Trabalho (1933). Inicia-se, então, o Estado Novo.
O auge da oposição a Salazar concretizou-se com a candidatura do General Humberto Delgado; entretanto, enquanto a oposição activa se transferia para o estrangeiro, realçou-se uma debilidade relativamente à questão colonial, depois do despoletar de revoltas em Angola, Moçambique e Guiné.
Determinou, então, que era necessário para o país a defesa desse Ultramar, considerado essencial para o povo português e para a sua glorificação.
Em 1968, caiu da sua cadeira e teve um acidente cerebral, Américo Tomás chama, então, ao governo Marcello Caetano, que dará início a um novo período do regime. Salazar sobrevirá ainda dois anos à sua morte política, mas ninguém terá tido coragem de lhe dizer que já não chefiava o Governo. Morreu assim iludido, um homem que tendo derrubado muitos caiu sozinho. Figura muito polémica da nossa História, e que por isso ainda hoje desperta paixões e juízos variados, Salazar foi sem dúvida um homem inteligente e de vincada vontade, que fugia ao contacto das multidões e odiava a desordem, e que, à sua maneira, se dedicou totalmente à sua pátria, sem nunca se ter casado, e tendo apenas por uma vez visitado o estrangeiro.

Fontes:
- www.wikipedia.org
- www.infopedia.pt
- www.google.com
- "Pequeno Dicionário de História de Portugal"


TABELA CRONOLÓGICA
  • 1757 - Nasce o General Gomes Freire de Andrade
  • 1768 - Nasce William Carr Beresford
  • 1807 - Primeira invasão Francesa (Junot)
  • 1809 - Segunda invasão Francesa (Soult)
  • 1810 - Terceira invasão Francesa (Massena)
  • 1811 – Retirada Francesa
  • 1817 – Execução do General Gomes Freire de Andrade
  • 1854 - Morre William Carr Beresford
  • 1889 - Nasce António de Oliveira Salazar
  • 1926 - Nasce Luís de Sttau Monteiro
  • 1933 – Regime do Estado Novo
  • 1965 – Assassinato de Humberto Delgado
  • 1968 – Tomada de posse de Marcello Caetano
  • 1970 - Morre António de Oliveira Salazar
  • 1974 – Revolução de Abril
  • 1993 - Morre Luis de Sttau Monteiro

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      quarta-feira, 5 de maio de 2010

      Introdução às três invasões francesas contra Portugal:


      Portugal sofreu três graves invasões por parte da França, porque Napoleão queria conquistar a Inglaterra, e por isso queria obrigar todos os países europeus a aderir ao bloqueio continental.
      Este bloqueio consistiu em todos os países da Europa, fecharam os seus portos ao comércio.
      Portugal sempre foi aliado da Inglaterra e em sinal de aliança não aderiu a este bloqueio. Napoleão respondeu com três horríveis invasões.

      Estas invasões provocaram o descontentamento entre o povo português devido:

      * Crueldade das três invasões

      * Fuga da família real para o Brasil

      * Perda da exclusividade do comércio com o Brasil

      * Abandono dos campos

      * Ocupação de cargos administrativos por parte dos ingleses


      1ª Invasão deu-se em Novembro de 1807 a 1808 comandada por o General Junot.

      2ª Invasão deu-se em Março de 1809 comandada por o General Soult.

      3ª Invasão deu-se em Junho de 1810 1 1811 comandada por o Marechal Massena.


      Principais batalhas:


      * Roliça - 17 de Agosto de 1808

      * Vimeiro - 21 de Agosto de 1808

      * Buçaco - 27 de Setembro de 1810

      * Redinha - 12 de Março de 1811


      A batalha da Roliça ( a primeira batalha das invasões francesas), foi travada a 19 de Agosto de 1808 entre as tropas francesas do General Junot e as tropas luso-britânicas de Arthur Wellesley e Gomes Freire de Andrade.
      A batalha do Vimeiro foi travada durante a primeira invasão francesa a 21 de Agosto de 1808 no conselho da Lourinhã, entre as tropas francesas de Junot e as tropas luso-britânicas de Arthur Wellesley e Gomes Freire de Andrade.
      A batalha do Buçaco foi uma batalha travada durante a terceira invasão francesa, próxima do Luso na Mealhada, a 27 de Setembro de 1810, combatendo por um lado forças aliadas portuguesas e britânicas, sob o comando de Arthur Wellesley, e por outro lado as forças francesas liberadas pelo General Massena.


      Conselho de regência de 1807:


      O conselho de regência de 1807 é a designação pela qual ficou conhecido o conselho de regência ordenado pelo Príncipe Regente D. João a 26 de Novembro de 1807, três dias antes da partida da corte para o Brasil.

      O conselho era composto pelas seguintes individualidades:

      1- Marquês de Abrantes, Presidente

      2- Francisco de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses, Tenente General do Exército

      3- Principal Castro, Conselheiro e Regedor da Justiças

      4- Pedro de Melo Breyner, Presidente do Real Erário

      5- D. Francisco de Noronha, Tenente General e Presidente da Mesa da Consciência e Ordens

      6- 2º Conde de Sampaio, Primeiro Secretário

      7- Miguel Pereira Forjaz, Secretário Substituto

      8- João António Solter de Mendonça, Desembargador do Paço e Procurador da Coroa


      Regência Inglesa:

      Era formada por militares ingleses, a influência inglesa era então bem patente em vários outros domínios da vida nacional.
      Havia muito tempo que o país estava submetido aos interesses e imposições inglesas.
      A própria mudança da corte para o Brasil obedecia a conversações secretas entre Portugal e a Inglaterra.


      Biografia de William Carr Beresford:


      * Barão e Visconde de Albuera e Dungarvan

      * Conde de Trancoso, Marquês de Campo Maior

      * Duque de Elvas

      Nasceu a 2 de Outubro de 1768 (Irlanda), filho ilegítimo do Conde de Tyrone, futuro Marquês de Waterford, frequentou a academia militar de Estrasburgo.
      Em Agosto de 1785 foi aceite como Cadete no 6º Regime de Infantaria.
      Em 1793 era Capitão, servindo a Frota Britânica do Mediterrâneo.
      Em 1794 era Tenente Coronel, servindo a Índia, a partir de 1799.
      Em 1801 participou na Campanha do Egipto.
      Em 1806 participou, com o posto de Brigadeiro, também foi Comandante e Chefe na Ilha da Madeira durante seis meses para evitar ocupação da Ilha pelos Franceses.
      Em 1809 a 7 de Março, foi nomeado Generalíssimo do Exército Português e foi consolidando e aumentando os seus poderes, rejeitava as novas ideias liberais, imaginava conspirações.
      Submetia o país a uma forte organização militar, colocando oficiais britânicos nos postos mais altos, preterindo os oficiais portugueses, criou pois, muitos inimigos.
      Em 1811 Beresford vence a batalha de Albuera.
      Em 1817, após os rumores da conspiração o regresso do rei que manifestava o contrário à presença dos Ingleses, mandando matar todos os conspiradores incluindo o General Gomes Freire de Andrade.
      Em 1820 deslocou-se pela segunda vez ao Brasil para pedir mais poder a D. João VI, quando regressou como Marechal General do Exército Português, já a Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1820 estava nas ruas, foi obrigado a ir de volta para a Inglaterra.
      Em 1828 foi Membro do 1º Governo de Wellington.
      Faleceu a 8 de Janeiro de 1854 em Bedgelury (Inglaterra).


      Biografia de Luís de Sttau Monteiro:


      Nasceu em Lisboa a 3 de Abril de 1926, filho de um jurista e diplomata, com dez anos parte para a Inglaterra, regressando a Portugal em 1943 data em que o pai o embaixador Armindo Monteiro, é demitido do cargo por Salazar.
      Manterá sempre uma ligação afectiva e um fascínio por Londres.
      Licenciou-se em direito na faculdade de Lisboa, exercendo advocacia por pouco tempo.
      Parte, de novo, para Londres, torna-se corredor de Fórmula 2 e casa-se com uma senhora Inglesa.
      O amigo escritor Cardoso Pires arrastá-lo-á para o jornalismo e para a ficção.
      Em 1960, estreou com o romance Um Homem Não Chora, e no ano seguinte escreveu a sua melhor obra: Angústia para o jantar.
      Em 1961, dedicou-se ao teatro a onde publicou a peça de teatro Felizmente Há Luar a sua mais famosa peça.
      Em 1963 publicou a peça de teatro Todos os Anos pela Primavera.
      Em 1965 publicou a peça de teatro O Barão.
      Em 1966 escreveu a obra E se For Rapariga chama-se Custódia.
      Em 1967 publicou a peça de teatro Guerra Santa e também A Estátua.
      Em 1968 publicou a peça de teatro As Mãos de Abraão Zacuto.
      Em 1971 publicou a peça de teatro Sua Excelência.
      Em 1979 publicou a peça de teatro Crónica Atribulada do Esperançoso Fagundes.
      O êxito foi grande, Sttau Monteiro recebe os primeiros ecos de êxito na cadeia de Aljube, onde está preso pela PIDE por infundado envolvimento na revolta de Beja.
      Tornou-se uma figura popular quando apareceu no júri do programa televisivo A Cornélia, continuou com a publicação da Guidinha em O Jornal.
      A gastronomia foi sempre um tema que tratou ao longo da vida em vários jornais.
      Escreveu ainda a telenovela Chuva na Areia.
      Faleceu a 23 de Julho de 1993, no Hospital de S. Francisco Xavier, em Lisboa quando tinha anunciado outras obras.



      Biografia do General Gomes Freire de Andrade:


      Nasceu em Viena no dia 27 de Janeiro de 1757, onde o pai era agente diplomático, e a mãe era uma aristocrata da Boémia com quem o ministro Português se consorciara na Áustria. Após o falecimento do seu pai Gomes Freire de Andrade, veio para Portugal com 24 Anos, onde seguiu a carreira de armas e combate em Argel, em Oczakov, no Rossilhão, em Trás-os-Montes, na Guerra das Laranjas.
      A fase mais longa da sua actividade guerreira passa-a na Legião Portuguesa, que a política napoleónica organizou com o que havia de mais apto no combalido exército lusitano.
      Gomes freire de Andrade foi considerado um homem valente, pouco vaidoso mas simpático.
      Em 1814 com a derrota de Napoleão cessam as andanças de Gomes Freire de Andrade passa depois a residir na capital, com o propósito firme de, na sua expressão pitoresca, “pendurar a espada na parede para a deixar enferrujar bem à vontade.”
      A realidade que encontrou não era propícia aos seus intentos e muitos anos teriam de passar antes que a ferrugem pacífica tomasse conta das armas. As forças ideológicas que desde o século anterior se digladiavam entre nós estavam cada vez mais activas e conscientes.
      Gomes Freire de Andrade isola-se e vive recatadamente e até a sua posição na Maçonaria tem um significado restrito. Contudo o seu passado e a permanência em França ligavam-no irremediavelmente às ideias progressivas da época.
      Acusado de liderar uma Conspiração Liberal e Nacionalista contra a Monarquia Absoluta de João VI, Gomes Freire de Andrade foi detido como traidor nacional e enforcado junto com outras onze pessoas.
      Gomes Freire de Andrade é enforcado em Lisboa na esplanada do Forte de São Julião da Barra, o seu falecimento deu-se no dia 18 de Outubro de 1817 pelos governadores e Beresford, porém esmagam a conspiração segundo as leis e os costumes então em voga, depois de enforcado o corpo de Gomes Freire de Andrade foi queimado e os restos lançados ao mar. Um pouco simbolicamente, o mar tornou a depositá-los na praia.
      Em 1822 a sentença contra os conspiradores de 1817 foi revogada.


      Biografia de António de Oliveira Salazar:


      Nasceu em 28 de Abril de 1889 no Vimeiro, concelho de Santa Comba Dão, descendente de uma família de pequenos recursos agrícolas.
      Em 1899, em Viseu concluiu a instrução primária.
      Em 1900 teve uma educação fortemente marcada pelo Catolicismo chegando a frequentar o seminário em Viseu, onde, durante oito anos, estudou intensamente e começou a impor-se nos meios católicos da região de Viseu.
      Em 1909, fez exame final de equivalência ao curso complementar do liceu.
      Em 1910, matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra, onde veio a ser docente de Economia Política.
      António Salazar contactou com os meios conservadores desta cidade, frequentou festas, saraus, reuniões e conheceu várias personalidades, entre as quais o padre Manuel Gonçalves Cerejeira de quem se tornou amigo íntimo.
      António Salazar começou a escrever no Jornal Imparcial, órgão do Centro Académico de Democracia Cristã. Em Coimbra, encetou a sua carreira de orador e privou com personalidades que vieram a ser seus colaboradores e ministros.
      Em Novembro de 1914 Salazar terminou o curso de Direito com 19 valores,
      Em 1916, começou a leccionar Economia e Finanças.
      A 10 de Maio de 1918 recebeu o grau de Doutor pela Universidade de Coimbra.
      Em 1921 Salazar iniciou a sua carreira política como deputado católico para o Parlamento Republicano.
      Já em plena Ditadura Militar Salazar foi nomeado para Ministro das Finanças cargo que exerceu apenas só por 4 dias derivado a não lhe terem sido delegados todos os poderes que exigia, também lhe abriu caminho para Presidente do Conselho do Estado Novo.
      A 5 de Julho de 1933, Salazar foi empossado como chefe do Governo, após a promulgação da Constituição de 1933, instituidor do Estado Novo, a sua organização política de suporte a União Nacional dirigiu o destino de Portugal.
      António de Oliveira Salazar faleceu a 27 de Julho de 1970, tendo sido enterrado no cemitério da sua terra natal.




      Tabela Cronológica:


      • 27/01/1757: Nasceu Gomes Freire de Andrade

      • 1768: Nasceu Beresford

      • 1807: Primeira Invasão Francesa

      • 1809: Segunda Invasão Francesa

      • 1810: Terceira Invasão Francesa

      • 18/10/1817: Gomes Freire de Andrade foi enforcado

      • 08/01/1854: Morreu Beresford

      • 28/04/1889: Nasceu António Salazar

      • 03/04/1926: Nasceu Luís de Sttau Monteiro

      • 1932: Início da ditadura de Salazar

      • 27/09/1968: Tomada de Posse de Marcelo Caetano, como Primeiro-ministro derivado ao afastamento de Salazar por se encontrar doente




      Bibliografia:


      • www.wikipédia.org

      • www.invasõesfrancesas8c.blogspot.com

      • http:/www.infopédia.pt/regênciainglesa

      • http:/www.infopédia.pt/primeira-invasão-francesa

      • Livro de Português Interacções 12ªAno